"Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa. E, por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso"

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

PALESTRA Tomas Schuman (Yuri Bezmenov) - FINAL

Vídeo 7/7
É verdade que eles são tão obcecados por sexo? Você consegue imaginar mostra um filme onde a cada cinco minutos há uma cópula na tela a um país como a Índia, um país com longa tradição de respeito a estes assuntos particulares? Ou ao Paquistão?!
E os EUA esperam que essas pessoas vos respeitem? De jeito nenhum. Ah sim, eles verão o filme. Eles pagarão cinco rúpias pra ver aquele lixo mas eles saem [do cinema] e dirão a seus filhos: “Não respeite os americanos. Não seja como os americanos.” Viram? Então o processo de desmoralização pode ser impedido bem aqui tanto exportado quanto importado, e isto precisa de um passo, uma coisa muito importante a se fazer.
Você não tem que expulsar todos os agentes da KGB de Washington. A solução mais difícil e ao mesmo tempo a mais simples para a subversão é começar aqui [na fase de desmoralização] e antes ainda trazendo a sociedade de volta à religião, algo que você não pode tocar, comer e vestir, mas algo que governa a sociedade e a faz mover e se preservar.
Um cientista soviético, Shafarevich, que não tem nada a ver com religião, - ele é um cientista da computação – fez um estudo muito intenso na história de países socialistas. Ele chamava socialista ou comunista a qualquer país com uma economia centralizada e uma estrutura de poder piramidal, e descobriu – na verdade não descobriu; apenas chamou à atenção de seus leitores – que civilizações como Mohenjo-Daro, nas regiões hindus ribeirinhas, como Egito, como os maias, como os incas, como a cultura babilônica, desmoronaram e desapareceram da face da Terra no momento em que perderam a religião. Simples assim. Desintegraram. Ninguém se lembra mais delas. Bem... de longe. Então... As idéias estão movimentando a sociedade e mantendo a humanidade como uma sociedade de seres humanos, agentes inteligentes e morais de Deus. Os fatos, a verdade, o conhecimento exato talvez não. Toda a tecnologia sofisticada e computadores não impedirão a sociedade de desintegrar e eventualmente sumir.
Você já conheceu alguma pessoa que sacrificaria sua vida, liberdade, por uma verdade como esta? 2 x 2 = 4. Isto é verdade! Nunca encontrei uma pessoa que diria “Isto é verdade e estou pronto para defender a verdade”. “Atira em mim!”. Certo?
Mas milhões sacrificaram suas vidas, liberdade, conforto, – Tudo! – por coisas como Deus, como Jesus Cristo. É uma honra! Alguns mártires no campo de concentração soviético morreram. E morreram em paz, ao contrário daqueles que gritaram “Viva Stalin!” sabendo perfeitamente bem que ele pode não viver muito. Algo que é... Algo que é não-material movimenta a sociedade e a ajuda a sobreviver. E vice-versa.
No momento em que nos voltamos para dois vezes dois é quatro, e fazemos disto um princípio guia para nossa vida, nossa existência, nós morremos. Mesmo quando isto é verdade e isto não conseguimos provar; só podemos sentir e ter fé. Então a solução para a subversão ideológica, estranhamente, é muito simples. Você não tem que atirar nas pessoas, você não tem que mirar mísseis, Pershings e mísseis de cruzeiro no quartel-general de Andropov. Você só tem que ter fé e evitar a subversão. Em outras palavras: não ser uma vítima da subversão. Não tente ser uma pessoa que no judô está tentando esmagar o adversário e é pego pela sua mão. Não golpeie assim. Golpeie com o poder do seu espírito e superioridade moral. Se você não tem este poder, é hora de desenvolvê-lo. E esta é a única solução.
Acabou. – Obrigado! [palmas entusiásticas].

Créditos:
Edição da versão com áudio extra e legendas em português: David Balparda de Carvalho.
Indicação: Notalatina.
Transcrição das legendas: Anatoli Oliynik.

Link para assistir ao vídeo desta PARTE FINAL:

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Anatolli, eu tive a impressão de que, quando o Schuman disse "Don´t...respect the americans; don´t be like the americans" ele não quis dizer "não respeite os americanos". Parece-me que o "don´t..." significa algo como "não faça isso", e que não pertence à continuação "...respect the americans". Resumindo, entendo que a tradução "não respeite os americanos" não foi exata. De qualquer maneira, parabéns pela iniciativa e pelo blog, que está muito bom!