"Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa. E, por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso"

domingo, 21 de agosto de 2016

O TERRORISMO INTELECTUAL de 1945 aos nossos dias

Título original: Le terrorisme intellectuel
Autor: Jean Sévillia
Tradução: Regina Bracco
Editora: Peixoto Neto
Assunto: Sociologia
Edição: 1ª
Ano: 2010
Páginas: 250


Sinopse: Este livro trata do discurso de autovitimização assumido desde o início por intelectuais com a idéia de que toda a sociedade pode ser remodelada pela ação política, de que todo o passado e o presente devam ser julgados com base em um futuro hipotético. A ação desse grupo ao longo das últimas décadas, seus métodos e o seu domínio quase absoluto da cena intelectual francesa é o que Jean Sévillia denomina 'terrorismo intelectual'.
A França, dizem, é o país da liberdade. No campo das idéias, resta demonstrar. Tudo se passa como se um pequeno grupo privilegiado fosse o guardião das chaves da verdade. E os que contestam esse monopólio são vítimas de uma censura insidiosa, que os reduz ao silêncio. Na cena política, cultural e dos meios de comunicação, esse terrorismo intelectual é exercido há mais de cinqüenta anos.
Em 1950, as elites exaltavam o paraíso soviético e louvavam os feitos de Stálin. Em 1960, asseguravam que a descolonização garantiria o bem-estar dos povos de além-mar. Em 1965, aderiram às ações de Fidel Castro, Ho Chi Minh ou Mao. Em maio de 1968, sonhavam com o indivíduo liberto dos grilhões das restrições sociais. Em 1975, saudavam a vitória dos comunistas na Indochina, Em 1981, acreditavam que estavam saindo das trevas para finalmente ver a luz. Em 1985, proclamavam que cabia à França acolher os deserdados do mundo inteiro. Nos anos de 1990, a ideologia esquerdista e o ultraliberalismo se uniam para afirmar que nações, famílias e religiões eram instituições que pertenciam ao passado.
Ao longo de mais de cinqüenta anos, todos os que resistiram a essas posições foram vítimas do terrorismo intelectual. Mesmo que a razão estivesse do seu lado, eram tratados como reacionários, fascistas, capitalistas, imperialistas, colonialistas, racistas, xenófobos, obscurantistas ou moralistas.
Durante toda a segunda metade do século XX e início deste século, nenhuma intelectualidade exerceu tanta influência quanto a francesa. Aragon, Sartre, Beauvoir, Foucault, Althusser, Deleuze, Derrida, Barthes, Lacan e inúmeros outros influenciaram as redações de todos os jornais, moldaram os atuais currículos das ciências humanas em todas as universidades do mundo, deram o tom nas discussões e militância políticas e deixaram milhares de admiradores e seguidores. Em suma, influenciaram definitivamente o modo como as classes letradas de todo o mundo enxergam a realidade. Nessas seis décadas, nenhum outro grupo pareceu tão insatisfeito com a sua própria cultura, com as tradições de seu país ou do Ocidente ou com o modo de vida, organização política e econômica ocidentais. Nenhum outro grupo deplorou tanto as mazelas do passado e do presente e lutou tanto por uma revolução que criasse um mundo melhor, mais livre e justo. E, pode parecer estranho, nenhum outro grupo apoiou tão apaixonadamente os maiores déspotas e regimes totalitários surgidos após a Segunda Guerra, tal qual já o fizera grande parte da intelectualidade alemã em relação a Hitler e seu partido nacional-socialista. Stalin, Mao Tsé-tung, Ho Chi Minh, Pol Pot, Fidel Castro e seus respectivos regimes foram todos saudados como redentores e instauradores de uma nova ordem de justiça e liberdade. Quem quer que se opusesse às opiniões dessa intelectualidade era imediatamente rotulado de reacionário, imperialista, capitalista ou obscurantista e reduzido ao silêncio. Hoje, o discurso de autovitimização assumido desde o início por esses intelectuais, a idéia de que toda a sociedade pode ser remodelada pela ação política, de que todo o passado e o presente devam ser julgados com base em um futuro hipotético, é a forma de pensar dominante no mundo moderno.

EXCERTOS DA OBRA:
"O objetivo da educação comunista é a eliminação de qualquer traço de individualidade. O culto rendido aos chefes [veja o caso Lula na questão Lava-Jato] demonstra como seus partidários abdicaram de toda reflexão crítica".

"Um militante não pensa por si mesmo, o Partido é que se expressa por meio dele".

"Para dar consistência ao sempre presente perigo fascista, é preciso inventar fascistas. Portanto, aquele que atravessa o caminho do comunismo é um fascista presumido ou declarado".

"Fascismo" não corresponde mais a um conteúdo objetivo. Não só é um insulto, mas também uma arma para desqualificar o adversário".


Sobre o autor:  Jean Sévillia (1952-) é redator-chefe adjunto de Le Figaro Magazine. Já publicou vários livros: as biografias Le chouan du Tyrol, Andreas Hofer contre Napoleón (1991) e Zita, impératrice courage (1997); Historiquement correct. Pour en finir avec le passé unique (2003) ; Quand les catholiques étaient hors-la-loi (2005); Moralement correct (2007 e diversos outros livros em co-autoria.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

A HIDRA VERMELHA

A HIDRA VERMELHA
Autor: Carlos Ilich Santos Azambuja
Editora: Observatório Latino
Assunto: Política (movimento subversivo)
Edição: 1ª
Ano: 2016
Páginas: 376

Sinopse: Quando, na década de 70 [Séc. XX], o movimento subversivo e terrorista acentuou-se no Brasil, as Forças Armadas perceberam que teriam de lidar com um novo tipo de ameaça: a guerra assimétrica, até então desconhecida, pois eles prepararam-se para a guerra convencional, onde o inimigo é conhecido e o campo de ação é claramente delimitado.
Com o surgimento das guerrilhas urbana e rural, com um inimigo totalmente desconhecido e que agia à margem das convenções, as Forças Armadas não viram outro caminho para combatê-las com eficácia, como de fato ocorreu, senão estudar mais a fundo aquele novo episódio que tinha suas origens, respaldo e recursos financeiros oriundos de Cuba, China, Vietnã e Albânia.
Em 1985 o historiador Carlos Ilitch Santos Azambuja, um sério e isento estudioso do tema, é convidado a escrever sobre o Movimento Comunista Internacional e suas ramificações no Brasil, dando origem ao magnífico livro A Hidra Vermelha.
O livro fora escrito com o objetivo único de servir de instrumento didático para uso exclusivo das Forças Armadas, ficando, por isso, desconhecido do grande público até os dias atuais.
Tudo o que fora escrito na Hidra Vermelha, há 30 anos, encontra-se tão atual quanto em sua época pois, de lá para cá, do ponto de vista teórico do comunismo, o panorama internacional modificou-se pouco, apenas na Ibero-América com o surgimento do Foro de São Paulo, criado em 1980 por Fidel Castro e Lula da Silva.
É, pois, de vital importância para aqueles que pretendem estudar e conhecer as raízes do comunismo, tanto no exterior como no Brasil, ter esta magnífica obra, escrita por um dos mais sérios e profundos conhecedores do tema.
O Brasil, sobretudo as Forças Armadas, devem muito a este historiador e à Hidra Vermelha, que agora o Observatório Latino tem a felicidade de editar e oferecer ao grande público.
Prefácio: A tarefa de prefaciar este livro é prazerosa, pela amizade que me une ao autor há muitos anos, e ao mesmo tempo de extrema responsabilidade. Desde que li este texto pela primeira vez percebi a importância da pesquisa histórica levada a cabo pelo historiador profundo, unida à sua experiência pessoal de combate ao comunismo no meio intelectual. Sim, porque Azambuja não fala apenas de teorias que aprendeu, mas usa a experiência prática de vários anos no enfrentamento ideológico cotidiano em sua tarefa de historiador. Foi neste embate que o autor pode perceber como o diabo se pinta de santo e cita as escrituras para seus propósitos, para produzir testemunhos sagrados embora sendo mau por natureza, um vilão com uma face sorridente como dizia o genial barbo. Pois assim são os intelectuais marxistas: belas maçãs por fora, mas falsas pela podridão interior! E o autor os conheceu bem de perto.
... O livro abrange praticamente toda a gama de aspectos referentes ao Movimento Comunista Internacional e suas ramificações ao longo de 53 capítulos, o que torna impossível comentá-los com mais detalhes. Da história às organizações, da filosofia ao jornalismo – nada ficou de fora e acaba-se a leitura do livro com anseios de mais conhecimento. Sim, pois o livro é de tal abrangência que serve como um Vade Mecum apontando o caminho seguro para o leitor estudioso se aprofundar. Os leitores seguramente não se arrependerão de ler e manter como livro de consulta. (Heitor de Paola, médico, psicanalista, escritor, jornalista e comentarista político.)