"Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa. E, por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso"

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

LÊNIN, STÁLIN e HITLER: A ERA DA CATÁSTROFE

Título Original: Lenin, Stalin and Hitler
Autor: Robert Gellately
Tradutor: Vitor Paolozzi
Assunto: História (Comunismo e Nazismo)
Editora: Record
Edição: 1ª
Ano: 2010
Páginas: 796

Sinopse: Este livro conta a história da catástrofe social e política que engolfou a Europa entre 1914 e 1945. Num período de turbulência quase contínua, a sociedade foi transformada por duas guerras mundiais, pela Revolução Russa, pelo Holocausto e pela ascensão e queda do Terceiro Reich. Lenin, Stalin e Hitler ocuparam posições centrais nessa catástrofe, e Gellately recorre a fontes alemãs e russas recém-abertas para explicar como suas buscas por ideais utópicos - e terrivelmente distorcidos - levaram somente a um pesadelo histórico.

Comentários: Lênin, Stálin, Hitler. Nomes inextrincavelmente ligados ao curso da história contemporânea. No meio do turbilhão europeu da primeira metade do século XX, esses ditadores tomaram decisões que moldaram o mundo como conhecemos. E tornaram impossível conjurar outra imagem para a Europa atual. Em LÊNIN, STÁLIN E HITLER, o renomado historiador Robert Gellately disseca o período entre 1914 e 1945, uma era de turbulência quase contínua: duas guerras mundiais, a Revolução Russa, o Holocausto, a ascensão do Terceiro Reich. E mostra como esses três homens ocuparam posições centrais nesses eventos.

Gellately analisa, ainda, as ligações entre estes momentos históricos e avisa: considerar tais acontecimentos como episódios não conectados equivale a não compreender suas gêneses e naturezas. O autor foca as potências dominantes da época, União Soviética e Alemanha nazista, mas analisa a catástrofe em termos globais. Afinal, mais vidas foram perdidas nesse intervalo do que em qualquer outro na história. Poucas semanas após a tomada do poder, os bolcheviques criaram forças policiais secretas muito mais brutais que os similares czaristas. Os nazistas fizeram o mesmo e instituíram a Gestapo. Sob ambos os regimes, milhões foram encarcerados, torturados e mortos. Neste livro Gellately argumenta contra a corrente que ameniza o papel de Lenin nos crimes de Stálin e mostra que o terror colhido pelo segundo foi em grande parte plantado pelo primeiro.

Na Primeira Guerra Mundial, algo ao redor de oito milhões de homens morreram em combate, sete milhões ficaram permanentemente incapacitados e outros 15 milhões, seriamente feridos. Estimados cinco milhões de civis perderam suas vidas em decorrência de “causas relacionadas à guerra”, tais como doenças e subnutrição. Essas mortes civis não incluem as da Rússia, onde a situação foi a mais grave de todas, extremamente amplificada por (duas) revoluções em 1917, seguidas por uma guerra civil e fome. Tudo isso aconteceu no que viria a ser somente a primeira fase da grande catástrofe social e política. A vez seguinte seria ainda mais letal.

A “normalidade” pós-guerra na Europa foi marcada por violência política, tentativas de golpes (e golpes bem-sucedidos), assassinatos e instabilidade geral. Esse clima foi propício ao surgimento de novos partidos e, acima de tudo, à aparição de radicais e ditadores de direita e esquerda, que, apoiados pelos enraivecidos, extremistas e, especialmente, também pelos jovens “idealistas”, tentaram tirar vantagem da crise geral. O monstro da guerra estava a postos para o próximo round, que começou em setembro de 1939. A Segunda Guerra irrompeu em torno da Polônia e se expandiu pela Europa ocidental até que por fim o mundo envolveu-se num pandemônio de destruição e horror bem mais mortífero do que até mesmo a Grande Guerra.

Tudo decorre das buscas por ideais utópicos que resultam num pesadelo sem precedentes na história humana. O nome desses “ideais” são: Comunismo e Nazismo, irmãos siameses e filhos de Karl Marx.


  Sobre o autor: Robert Gellately é professor da cátedra Earl Ray de História na Universidade Estadual da Flórida, tendo recentemente ocupado a posição de professor-visitante de Política Judaica e História do Século XX na Universidade Oxford. É autor de The Gestapo and German Society: Enforcing Racial Policy 1933-1945 e Backing Hitler: Consent and Coercion in Nazi Germany. Mora em Tallahassee, Flórida.