"Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa. E, por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso"

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

PALESTRA Tomas Schuman (Yuri Bezmenov) - PARTE V

Vídeo 5/7
Ele exige reconhecimento, respeito, direitos humanos, e ele ajunta um grande grupo de pessoas e há choques violentos entre ele e a policia, o grupo dele e pessoas comuns, não importa o quê: São negros contra brancos, amarelos contra verdes, não importa onde está a linha divisória. Desde que este grupo entre em choque antagônico, às vezes militarmente, às vezes com armas de fogo, isto é o processo de desestabilização.
Os dormentes, muitos dos quais são simplesmente agentes da KGB, se tornam líderes do processo de desestabilização. Não quer dizer que o camarada Andropov manda o camarada Ivanov para os EUA. A pessoa que toma conta já está aqui! Ele é um cidadão respeitado dos EUA. Às vezes ele recebe dinheiro de várias fundações para sua luta legítima em prol de sei lá... direitos humanos, direito das mulheres, kid-lib, prison-lib, seja o que for. Há americanos simpatizantes que doam seu dinheiro a ele! O processo de desestabilização normalmente leva diretamente ao processo de crise. No caso de nações em desenvolvimento, - esta era a área que eu era ativo – o processo começa quando os órgãos legítimos de poder a estrutura social desmorona, não pode funcionar mais, e então nós temos órgãos artificiais injetados na sociedade tais como comitês não eleitos – vocês se lembram de que eu estava falando deles aqui [Desmoralização] – assistentes sociais, que não são eleitos pelo povo, mídia, que são os senhores auto-investidos da sua opinião, alguns grupos estranhos, que alegam que eles sabem como guiar a sociedade pra frente. Em geral não sabem. Tudo o que eles querem saber é como coletar doações e vender sua própria ideologia misturada, - misto de religião e ideologia.
Aqui temos todos estes órgãos artificiais exigindo poder. Se o poder é negado a eles, eles o tomam à força. No caso do Irã, por exemplo, de repente tínhamos comitês revolucionários. Quem? Quê? Que tipo de revolução? Não havia revolução ainda, e ainda assim eles tinham comitês! Eles tomavam o poder de julgamento, eles tinham o pode de execução, eles tinham o poder de legislação, e tinham o pode judiciário, [exatamente como está acontecendo em 2009 com o governo do PT no Brasil] todos combinados em uma pessoa, que é um intelectual de miolo mole às vezes formado em Harvard ou Berkeley. Ele volta para seu país e acha que sabe a solução para todos os problemas sociais e econômicos.

Crise:
A crise é quando a sociedade não pode mais funcionar produtivamente – ela desmorona. Obviamente, esta é a palavra para crise. Portanto, a população como um todo está procurando um salvador. Os grupos religiosos estão esperando um messias vir. Os trabalhadores dizem “Nós temos família pra alimentar!” “Vamos ter um governo forte, talvez um governo socialista, centralizado, onde alguém coloque os patrões em seus lugares e nos deixe trabalhar, estamos cansados de greve e perder hora extra e todas essas coisas. Precisamos de um homem forte. Governo forte.” Um líder, um salvador é necessário. A população já está irritada e cansada. E cá está, nós temos um salvador! Ou uma nação estrangeira vem, ou o grupo local de esquerdistas, marxistas, não importa de que eles se chamam. Sandinistas! Reverendo, ou algum tipo... Bispo Muzorewa como no Zimbábue... Não importa. Um salvador vem e diz “Eu guiarei vocês!” Então, nós temos duas alternativas aqui: guerra civil e invasão. Viram como funciona?
DESMORALIZAÇÃO ==> DESESTABILIZAÇÃO ==> CRISE ==> Guerra civil ou Invasão

Guerra civil nós sabemos o que é. Líbano é o melhor exemplo. A guerra civil que foi artificialmente implantada no Líbano por injeção de forças da OLP – Organização para Libertação da Palestina.
Invasão nós tivemos em vários outros países como Afeganistão, fale qualquer país do Leste Europeu. Foi invadido pelo exército soviético. Mas o resultado é o mesmo.
A próxima etapa é:

Normalização:
Normalização é uma palavra muito irônica, é claro. É emprestada da situação de 1968 na Tchecoslováquia quando a propaganda soviética e depois o New York Times declararam “O país está normalizado.” Os tanques chegaram em Praga, então não há mais Primavera de Praga, não há mais violência... Normal. Normalização. Nesta etapa os governantes auto-investidos da sociedade não precisam de mais nenhuma revolução, não precisam de mais nenhum radicalismo, então este é o reverso da desestabilização; basicamente é estabilizar o país à força. Então todos os dormentes e ativistas e assistentes sociais e “liberals” e homossexuais e professores e marxistas e leninistas são eliminados – fisicamente, às vezes. Eles já fizeram o serviço deles. OK? Eles não são mais necessários.
Os novos governantes precisam de estabilidade para explorar a nação, o país, tirar vantagens da vitória. OK? Então chega de revolucionários, por favor! E isto é exatamente o que acontece em vários países. Lembram Bangladesh? Esta foi a crise na qual eu fui de utilidade. Primeiro eles tinha Mujibur Rahman. Em 1971 ele era o líder do Partido do Povo, a Liga Awami, com um bigode tipo Stalin. Ele esteve na Rússia várias vezes. Cinco anos depois ele foi baleado por seus ex-colegas marxistas. Ele cumpriu sua função.
No Afeganistão, isto aconteceu três vezes. Primeiro havia Taraki, depois Amin e agora Babrak Karmal. Eles se mataram sucessivamente um atrás do outro, no momento em que um cumpria sua obrigação. O Primeiro desmoralizava o país, o segundo desestabilizava, o terceiro o levou à crise. Adeus, camarada. Pum! Babrak Karmal vem de Moscou e é colocado no poder. O mesmo aconteceu em Grenada recentemente. Maurice Bishop – marxista – foi morto por Austin – Como se chama? General alguma coisa – que também era marxista! Certo? Então, chega de revoluções, por favor. Normalização agora.

DESMORALIZAÇÃO ==> DESESTABILIZAÇÃO ==> CRISE ==> Guerra Civil ou Invasão ==> NORMALIZAÇÃO

Normalização: De agora em diante, chega de greves, chega de homossexuais, chega de women-lib, chega de kid-lib, chega de lib, ponto final.
Boa e sólida liberdade proletária democrática. E pronto. Agora para reverter este processo é preciso um esforço enorme. Quando hoje os EUA tiveram que invadir Grenada para reverter o processo de subversão, algumas pessoas disseram “Rapaz, isso não é bom, não é kosher. Invadir um lindo país, a ilha de Grenada.” Ora, por que você não parou o processo aqui, [Desmoralização] quando Grenada só foi abordada por esquerdistas? Por que não impedir que Maurice Bishop sequer chegasse ao poder? Os grenadenses o queriam? Muito questionável! Pra começar eles não sabiam quem era Maurice Bishop. Ele mesmo chegou ao poder por um golpe de Estado. OK? Mas não, nós deixamos a situação avançar mais e mais até a crise e normalização muito em breve. E aí os EUA decidem invadir o país descobrindo que o país era inteiramente uma base militar para a URSS! Claro que é uma medida drástica! Claro que é uma pena que os fuzileiros tiveram que perder – O quê – dezessete vidas. Muito ruim. Por que não parar o processo antes que chegue à crise? Ah não, os intelectuais não deixam! É interferência em assuntos internos. Eles têm o máximo de cuidado para não deixar o governo americano interferir em assuntos internos de países latino-americanos. Eles não ligam pra União Soviética interferindo nestes assuntos.
Então, para reverter este processo daqui [normalização] é preciso apenas e sempre ação militar. Nenhuma outra força na Terra pode reverter este processo neste ponto. Neste ponto [crise] não precisa uma invasão militar pelo exército dos EUA. É preciso ação vigorosa, como no Chile. Um envolvimento discreto da CIA para impedir que o salvador de fora chegue ao poder e estabilizar o país antes que ele entre em guerra civil.
Link para assistir ao vídeo desta PARTE V
Continua na PARTE VI

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