"Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa. E, por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso"

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

POMBAS E GAVIÕES

Autor: Percival Puggina
Editora: AGE Editora
Assunto: Política
Edição: 1ª
Ano: 2010
Páginas: 168

Sinopse: Aos leitores que lhe pediam para publicar uma coletânea de seus artigos, Percival Puggina oferece, em Pombas e Gaviões, algo muito melhor. Ele sistematizou neste livro o conteúdo de centenas de artigos, compondo um conjunto de dez ensaios da vida social, política e econômica brasileira.

O fio transversal que os une é o sentido de alerta, sempre presente nos textos do autor. As idéias produzem conseqüências. Há idéias que carregam consigo terríveis culpas. As causas dos mais graves males no país são encontradas em conceitos que vão, gradualmente, ganhando trânsito nas comunidades e promovendo uma revolução por dentro da cultura. Essa revolução é empreendida por pequena minoria organizada em posições de mando e formação da opinião pública – os gaviões – e se impõem pela via política à maioria dócil e desatenta – as pombas.

Excerto da Introdução: “Este livro é um desabafo do seu inconformado autor. E uma advertência aos seus leitores. Decidi escrevê-lo quando o governo federal, em solene e lacrimosa cerimônia, lançou o 3.º Programa Nacional de Direitos Humanos, que se tornou conhecido pela alcunha de PNDH-3. O referido Programa correspondia à parte anexa de um decreto presidencial, subscrito por 28 ministros de Estado. Suas 30,7 mil palavras, esparramadas em 93 páginas, enfeitam, com frases sobre direitos humanos, um tabique atrás do qual são demolidos valores que devemos preservar e estruturas essenciais do ordenamento jurídico nacional. O Programa desfigura a democracia representativa, o Poder Judiciário, o direito de propriedade, a anistia, a religiosidade popular, a cultura nacional, a família e a liberdade de imprensa.
Excertos do epílogo:
"... se este livro não conscientizar os seus leitores, continuaremos mergulhados nas trevas de acordos tão velhos quanto errados sobre temas da mais alta relevância. E essa pode ser a sepultura das esperanças de dias melhores. O povão é a última ponta de um longo novelo de confusão mental e incapacidade de análise que começa nas elites e, a partir delas, através de inúmeros fios condutores, chega ao conjunto da sociedade."
"Se me fosse dado o poder de demitir alguém nesta quadra da nossa história eu demitiria a grande elite nacional. Ela, tanto quanto o Congresso, só se mobiliza por interesses corporativos. Ela não mexe uma palha pela Reforma Política, porque o modelo que temos lhe serve muito bem. Ela reclama do apagão aéreo e do apagão energético, mas não ergue a voz contra o apagão institucional do país. Ela critica o mar de lama que inundou o governo federal, mas financiou Lula nos dois últimos pleitos. Ela acusa o Congresso de gastar demais, mas finge não saber que o Gabinete da Presidência da República gasta praticamente a mesma coisa que todo o Poder Legislativo federal. Criticar o Congresso proporciona, a custo zero, uma idéia de nobre repulsa à ignomínia. Mas convêm a essa elite um governo assim e um Congresso assim!"

Extraído da obra:
Nós, conservadores, que no mundo inteiro respondemos pelos valores que conduzem ao progresso e ao bem, nos deixamos submeter e conduzir pelos tais "progressistas" de araque, sabotadores do templo, seus fazedores de cabeça e seus manipuladores do vocabulário para controlar o pensamento nas sociedades de massa.


Talvez nada represente tão bem essa novilíngua, antevista e denunciada por George Orwell, quanto a oração proferida pelo pastor Joe Wright na sessão de abertura do Senado do Kansas em 1996. O corpo central desta prece é uma confissão pública da perversão que a 'cultura moderna' (quase totalmente dominada pela esquerda corruptora) promove no sentido das palavras e dos valores. Resumindo-a um pouco, ela diz assim:


"Senhor:

Ridicularizamos a verdade absoluta de Tuas Palavras e chamamos a isso de pluralismo.

Adoramos outros deuses e chamamos isso de multiculturalismo.

Aderimos à perversão e chamamos a isso de estilo de vida alternativo.

Incentivamos a preguiça e chamamos a isto de bem-estar social.

Assassinamos os não nascidos e chamamos a isso de livre escolha.

Negligenciamos a disciplina de nossos filhos e chamamos a isso de construir a autoestima.

Abusamos do poder e chamamos a isso de política.

Cobiçamos as posses de nossos vizinhos e chamamos a isso de ambição.

Poluímos e profanamos o ambiente com pornografia e chamamos a isso de liberdade de expressão.

Ridicularizamos os tradicionais valores de nossos antepassados e chamamos a isso de Iluminismo."

Sobre o autor: Percival Puggina foi apresentado ao mundo das letras pela mãos de sua mãe, a laureada poetisa Eloah – conhecida no meio cultural como Alma Dóris. À política, por seu pai Adolpho, deputado estadual por quatro legislaturas. Ao ambiente profissional, pela graduação em Arquitetura na UFRGS. Ao legado espiritual e filosófico do Cristianismo, pelo Movimento dos Cursilhos de Cristandade, por seus próprios impulsos vocacionais.

Fronteiriço de Santana do Livramento/RS, tem 65 anos, é esposo de Mariza, pai de Mariana e Cristian e avô de Lucas. Mora na capital gaucha, onde é proprietário da empresa de consultoria e geração de conteúdo Texto & Contexto, colunista de Zero Hora e articulista de diversos periódicos e sites.

Essa mescla de experiências, escolhas e aptidões foi formatando o perfil de um dos pensadores mais respeitados do cenário intelectual gaúcho. Na última década, suas opiniões migraram para além das fronteiras sul-rio-grandenses. Além da publicação de textos em jornais e na internet, Puggina viaja pelo país para ministrar conferências sobre temais sociais, políticos e religiosos. É um dos mais combativos críticos do relativismo moral e das muitas feições que o totalitarismo assume em nossos dias.

No contrafluxo do politicamente correto, Puggina postula que o ideário conservador nunca foi tão moderno e indispensável. E o mesmo vale para a contribuição do Cristianismo em favor da história das civilizações e da Política. Não se importa com clichês, maiorias e minorias. Pensa por si. É livre e ao mesmo tempo absolutamente conexo com a realidade e coerente com suas convicções.