"Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa. E, por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso"

sexta-feira, 24 de abril de 2009

GOVERNO MUNDIAL



A idéia de institucionalizar a paz através do fortalecimento de mecanismos e de organizações internacionais não é de agora. O presidente norte-americano Woodrow Wilson, logo após a Primeira Guerra Mundial, propôs a criação de um marco institucional dentro do qual seria possível orientar a dinâmica das relações internacionais em favor da cooperação e da harmonização de interesses. Esse internacionalismo idealista levaria, em última análise, ao fim das guerras.

De acordo com Heitor De Paola, em seu artigo "As falsas bases do Pacifismo", o pacifismo utópico se contrapõe às atitudes realistas e racionais. Dessa maneira, através de mecanismos supranacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU), termina-se por favorecer a sobrevivência de regimes tirânicos, que se resguardam sob o manto de um princípio conhecido como "auto-determinação dos povos". O ativismo em nome da paz, portanto, muitas vezes serve aos propósitos da destruição das liberdades e dos sistemas democráticos.

A paz é, sem dúvida, um interesse comum para as nações. Contudo, a cooperação que fortalece os laços entre as nações deve ser voluntária, para que não se tenha o risco da imposição de um modelo político de centralização de poder sobre toda a humanidade, na forma de uma entidade detentora de autoridade sobre os Estados. Naturalmente, essa autoridade ficaria nas mãos dos grupos que reivindicam o monopólio da moral através de um discurso de paz, justiça e fraternidade. Cláudio Téllez, no texto "O Imperativo Cosmopolita", assinala que esse projeto nada mais é do que uma tentativa de concentrar o poder em escala planetária, em um modelo totalitário de engenharia social.

O processo de criação de um governo mundial está cada vez mais consolidado. Heitor de Paola, em "Governo Mundial: realidade ou mito?", mostra como o controle sobre as ações dos indivíduos já está nas mãos de diversos organismos internacionais como a UNESCO, a OMS, a UNICEF, a FAO e muitas outras, constituindo uma rede burocrática que serve aos propósitos de uma estratégia de longo prazo de domínio mundial. A tentativa de consolidação de uma "comunidade internacional", que junta movimentos ideológicos a grupos detentores de grande poder financeiro, significa na verdade a constituição de uma ética civil mundial que pressupõe o domínio das estruturas sobre os indivíduos. Heitor de Paola analisa e ilustra essas questões em seus artigos "A Comunidade Internacional II - 1a. Parte" e "A Comunidade Internacional II - Final".

Para que sociedades livres e democráticas possam interagir de maneira produtiva no sistema internacional, o fomento da cooperação sem dúvida é necessário, mas sem jamais negligenciar a importância que os valores morais e as tradições culturais desempenham na própria definição das nações. O controle político e a regulação econômica em escala mundial anulariam a expressão das individualidades, conduzindo à servidão sob um autoritarismo coletivizante que representaria o fim das soberanias nacionais, como nos adverte Olavo de Carvalho em "O estupro das soberanias nacionais".

Livros Selecionados

QUIGLEY, Carroll
Trajedy & Hope: A History of the World in our Time GSG & Associates, San Pedro, CA, 1966

JONES, Alan B.
How the World Really Works ABJ Press, Paradise, Cal., 1996

GRIFFIN, Edward G.
Fearful Master: A Second Look at the United Nations. Belmont: Western Islands, 1964. [em inglês]

ZAKARIA, Fareed.
O Futuro da Liberdade. Lisboa: Gradiva II, 2004.

Fonte: Farol da Democracia Representativa.
Procure artigos relacionados ao assunto em:
http://www.faroldademocracia.org/temas

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