"Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa. E, por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso"

terça-feira, 2 de junho de 2009

OS GRITOS DO SILÊNCIO

Título original: The Killing Fields
Gênero: Guerra
Atores: Sam Waterston, Dr. Haing S. Ngor, John Malkovich, Julian Sands, Craig T. Nelson, Athol Fugard, Spalding Gray, Bill Paterson, Ira Wheeler e Joan Harris.
Direção: Rolland Jofé
País: Inglaterra
Ano de produção: 1984
Duração: 141 min.

Sinopse: Sydney Schanberg é um jornalista do 'New York Times' enviado ao Camboja, em 1972, como correspondente de guerra. Ali, conhece Dith Pran, um nativo que se torna seu guia e intérprete. Juntos, são os únicos homens da imprensa a presenciarem, em agosto de 1973, ao escandaloso resultado do errôneo bombardeio sobre o povoado de Neak Luong pelos B-52 americanos.

Em março de 1975, a capital Phnom Penh começa a sofrer ações terroristas do Khmer Vermelho, ao mesmo tempo em que passa a abrigar mais de 2 milhões de refugiados. Quando o governo cambojano cai, os EUA retiram-se do País, e toda a família de Pran emigra para a América, com exceção dele, que fica ao lado de Schanberg, para ajudá-lo a cobrir os novos acontecimentos. Os dois refugiam-se na Embaixada inglesa, mas quando tentam abandonar o País, o novo exército revolucionário não permite a saída de Pran, que é enviado para um Campo de Reeducação Rural.

Nos EUA, Schanberg ganha o Prêmio Pulitzer por seu trabalho, quando da cobertura da tomada de Phnom Penh.

Sem notícias do amigo e na ânsia de reencontrá-lo, Sydney envia correspondências com fotos de Pran para veículos de comunicação de todo o mundo, órgãos mundiais como a Cruz Vermelha e postos da fronteira com o Camboja.

Pran cuidava do filho de um líder do Khmer e, por isso, acaba conquistando sua simpatia. O líder é morto ao tentar conter o genocídio e pouco depois de sugerir a Pran que fuja com seu filho. Na fuga, o garoto e um dos amigos são mortos por uma mina. Pran consegue chegar à fronteira do Camboja sozinho e, logo depois, encontra-se com Schanberg. Finalmente, viaja com o amigo para o reencontro com a família.

Comentários: Este filme foi baseado em fatos reais. Relata as crueldades contra a população civil durante a guerra no Camboja, mostra os horrores de uma ditadura de esquerda e desnuda a verdadeira face do comunismo, a lavagem cerebral de jovens imberbes e as suas irracionalidades independente de sexo. Mostra, ainda, a hipocrisia ocidental diante dos crimes cometidos por ditaduras longínquas e o papel do jornalista em meio à guerra. Na verdade o que aconteceu no Camboja não pode ser classificado como uma guerra pura e simplesmente, foi mais terrível que isso; foi um genocídio contra civis para firmar o novo regime de esquerda no país e na região.

(Pol Pot o comunista carniceiro cabojano) O território do Camboja (também conhecido internacionalmente, durante alguns anos, como Kampuchea). Diversos conflitos causaram a morte de milhões de cambojanos nas últimas décadas. O mais sangrento deles ocorreu durante o domínio da facção de esquerda Khmer Vermelho, liderada por Pol Pot, na década de 1970.

Em março de 1974, forças do Khmer Vermelho capturaram a cidade de Odong, ao Norte de Phnom Penh, destruindo-a e dispersando os seus 20.000 habitantes pelo interior do país. Dando seguimento a estas "atividades de limpeza", passaram a executar os professores e funcionários públicos. Em uma pequena vila chamada Sar Sarsdam, pessoas foram assassinadas, incluindo-se mulheres e crianças, dentre inúmeras outras ocorrências mencionadas. Estas histórias, na época, eram consideradas como sendo propaganda anticomunista, pela imprensa ocidental e muitas outras organizações internacionais. Nesta época, o território cambojano passa a ser utilizado como refúgio pelas tropas norte-vietnamitas e por guerrilheiros comunistas do Vietnã do Sul.

Resultado final: De 7 milhões de cambojanos, 3 milhões de mortos para a ascensão dos comunistas ao poder.

Onde estava a ONU? Onde estava a imprensa mundial?




Nota: Dith Pran, faleceu em Nova Jersey, nos Estados Unidos, no dia 30/3/2008 vítima de um câncer no pâncreas. Dia 9-4-2008 ele foi homenageado no parlamento recebendo uma estátua na praça principal de Phnom Penh. Nada mais justo para preservar a memória de uma importante testemunha das atrocidades e da destruição que o comunismo provocou em todos os lugares por onde passou.

Dith Pran no Camboja.

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