Assunto: Ensaio social e religioso
Editora: Artpress
Edição: Comemorativa dos 50 anos da publicação.
Ano: 2009
Páginas: 166
- Como resolver esse impasse? Como se chegou a ele? É das respostas a estas duas perguntas que este livro se ocupa. Mas não paremos por aqui. Continuemos a descrição da obra.
Uma pergunta prévia: esse
impasse é fruto previsível das paixões humanas entregues a si mesmas, ou a elas
se acrescentou a atuação coordenada de forças que atuaram intencionalmente para
atingir tal resultado? Estaríamos então diante de um processo duplo, em parte
natural e em parte artificial, que se desenvolveu conjuntamente para produzir
esse efeito?
Apontando a existência desse
processo, autores – tanto contrários como favoráveis a ele – deram-lhe um nome:
Revolução.
Assim, grandes pensadores –
católicos e não católicos – foram delineando e descrevendo, passo a passo, o
processo revolucionário que conduziu a sociedade humana, a partir da Idade
Média – com sua fé primaveril nos ensinamentos do Evangelho e nos da Igreja
Católica – à sociedade atual, esteada na trilogia liberté-egalité-fraternité, que, seduzindo a humanidade com avanços
tecnológicos deslumbrantes, implantou a mais cínica e escancarada liberdade de
costumes. A tal ponto que, no estágio em que as coisas hoje se encontram, é
lícito perguntar-se, sem uma intervenção extraordinária da Providência, o
desconserto do mundo moderno tem solução.
Muitos estão convencidos de
que não.
Carta de Pio
IX
“Embora os filhos do século sejam mais hábeis que os
filhos da luz, seus ardis e suas violências teriam, sem dúvida, menor êxito se
um grande número, entre aqueles que se intitulam católicos, não lhes estendesse
mão amiga.[1] Sim, infelizmente, há os
que parecem querer caminhar de acordo com nossos inimigos, e se esforçam por
estabelecer uma aliança entre a luz e as trevas, um acordo entre a justiça e a
iniqüidade por meio dessas doutrinas que se chamam católico-liberais, as quais,
apoiando-se sobre os mais perniciosos princípios, adulam o poder civil quando
ele invade as coisas espirituais, e impulsionam as almas ao respeito, ou ao
menos à tolerâncias das leis mais iníquas.[2] Como se absolutamente não
estivesse escrito que ninguém pode servir a dois senhores. São eles muito mais
perigosos certamente e mais funestos do que os inimigos declarados, não só
porque lhes secundam os esforços, talvez sem o perceberem [não é o caso do Brasil], como também porque,
mantendo-se no extremo limite das opiniões condenadas, tomam uma aparência de
integridade e de doutrina irrepreensível, aliciando os imprudentes amigos de
conciliações e enganando as pessoas honestas, que se revoltariam contra um erro
declarado. Por isso, eles dividem os espíritos, rasgam a unidade e enfraquecem
as forças que seria necessário reunir contra o inimigo.”[i]
[1] Um exemplo contemporâneo é a
CNBB que hipotecou, em nome da Igreja Católica brasileira, o seu apoio a
candidata revolucionária comunista, abortista e atéia, Dilma Roussef, nas
eleições de 2010 para presidente da república. (Nota de Anatoli Oliynik)
[2] Tem-se a nítida sensação que
Pio IX está escrevendo esta carta para a CNBB e para muitos católicos
brasileiros que mantém uma relação incestuosa com o governo revolucionário do
PT e com partidos políticos comunistas. (Nota de Anatoli Oliynik)
[i] Carta ao
presidente e membros do Círculo Santo Ambrósio, de Milão, de 6 de março de 1873,
apud I Papi e la Gioventù, Editrice
A.V.E., Roma, 1944, p. 36.
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