Título original: Le Rhinocéros
Autor: Eugène Ionesco
Tradução: Luís de Lima
Editora: Abril Cultural
Assunto: Drama
Edição: 1ª
Ano: 1976
Páginas: 236
Sinopse: Ionesco conta a história de uma cidade pacata que se transforma completamente após a passagem de um rinoceronte por suas ruas. À medida que a origem do paquiderme é discutida e em alguns casos rebatida, ele, misteriosamente vai se proliferando de maneira incontrolável, até finalmente notarmos que os próprios cidadãos da cidade vão aos poucos se metamoforseando em rinocerontes. Nas entrelinhas, é claro que o rinoceronte vem simbolizando o conformismo na qual a sociedade esta estacada. Essa metamorfose sofrida pelos habitantes é uma analogia ao processo continuo de mediocrização que a sociedade vem sofrendo há tempos, um processo que nos dias atuais vem se agravando.
Autor: Eugène Ionesco
Tradução: Luís de Lima
Editora: Abril Cultural
Assunto: Drama
Edição: 1ª
Ano: 1976
Páginas: 236
Sinopse: Ionesco conta a história de uma cidade pacata que se transforma completamente após a passagem de um rinoceronte por suas ruas. À medida que a origem do paquiderme é discutida e em alguns casos rebatida, ele, misteriosamente vai se proliferando de maneira incontrolável, até finalmente notarmos que os próprios cidadãos da cidade vão aos poucos se metamoforseando em rinocerontes. Nas entrelinhas, é claro que o rinoceronte vem simbolizando o conformismo na qual a sociedade esta estacada. Essa metamorfose sofrida pelos habitantes é uma analogia ao processo continuo de mediocrização que a sociedade vem sofrendo há tempos, um processo que nos dias atuais vem se agravando.
Enredo: Num dia comum, irritantemente comum, de uma cidade comum, onde nada acontece, a não ser um diálogo estúpido de homens que não sabem o que fazer de suas vidas, um rinoceronte enche de poeira uma rua. E causa espanto.
Conversando calmamente num café, as pessoas de repente são sacudidas pela estranha visita, sentem-se ameaçadas, procuram compreender. Nesse mesmo instante, o rinoceronte ainda é inadmissível. Alguém alega que as autoridades não deveriam permitir a visita desse tipo de animais à cidade. Outros procuram raciocinar sobre a hipótese de tudo não passar de sonho. Outros não dão a menor importância, imersos que estão em seu diálogo ridículo.
Bérenger conversa com Jean e não se abala com o estranho fato. Preocupado com seu amor por Daisy e ciumento de Dudard, colega de escritório, ele mal se ocupa de olhar o animal.
Jean dá lições de moral a Berenger, enquanto um senhor idoso conversa sobre silogismos. Pouco a pouco, as frases desencontradas das quatro personagens vão se encontrando e se alternando. O autor ridiculariza, aí, o desentendimento entre as pessoas, a falsa cultura que Jean pretende impor a Bérenger e a falência do raciocínio lógico.
Reaparece o rinoceronte, tempestuosamente, e o grupo discute então o número de chifres do animal: “Bicórnio ou unicórnio?” Em função desse número levanta-se a relação com a origem do rinoceronte: “Da Ásia ou da África?”
Mas qual seja a sua origem, qual seja o número de chifres que ele tenha, um gato é esmagado por sua violência e o perigo, finalmente, se faz notar. Já no segundo ato, o rinoceronte é o centro das atrações e do medo. No escritório onde trabalha Bérenger, comenta-se a atuação do animal. Botard, personagem caracteristicamente científico e metódico, não acredita na existência do animal. Acha que não passa de delírio. É claro: trancado dia e noite em sua atividade burocrática, ele certamente não teria tempo de observar os fatos da cidade. Mas, além disso, suas inclinações políticas levam-no a ver nos rinocerontes uma trama das “forças ocultas”. Botard aponta a necessidade de se “desmascarar os traidores”, desfilando uma série de slogans que trai sua condição de político demagogo.
Também no escritório o pânico se instala quando surge a Sra. Boeuf, esposa de um dos funcionários, dizendo que seu marido está doente e que ela vem sendo perseguida desde sua casa por um rinoceronte. Daisy chama os bombeiros – e estes são outra obsessão de Ionesco, surgindo sempre como a salvação vinda de fora –, enquanto Botard não acredita que os urros da fera escutados por todos sejam de qualquer rinoceronte.
Mas a besta que seguia a Sra. Boeuf é nada menos que seu próprio marido metamorfoseado. Como o dever da mulher é sempre seguir o seu homem, a Sra. Boeuf monta no dorso do imenso rinoceronte e desaparece com ele.
Os rinocerontes proliferam. Ninguém mais pode duvidar de sua existência. Nem o cético e metódico Botard. Um a um, todos os cidadãos estão sofrendo o lento processo de metamorfose em rinocerontes, Aos poucos os cidadãos perdem a pele lisa, a fala, a humanidade.
A transformação se dá também no gosto em certo tipo de afirmações como, por exemplo, a de uma personagem que diz preferir os veterinários aos médicos. Quando Bérenger visita Jean, que se diz doente, a doença já é o início da metamorfose. Nem Jean nem Bérenger pensam – logo no início do diálogo dessa cena – que aquela doença já é a “rinocerontite”. Mas as frases vão se encadeando de tal forma que o espectador, sem perceber, acabará assistindo à trágica mudança que já não será considerada anormal.
Quando Jean se transforma, Bérenger compreende o perigo. Tortura-se com a sua impotência diante da progressiva metamorfose da cidade. Todos sucumbem sem resistir [igualzinho ao Brasil sob os governos comuno-socialistas de FHC e do apedeuta Broncus Rex]. Até Dudard acaba aderindo porque não vê sentido na resistência. O próprio Botard, que se orgulhava de seu espírito minucioso e científico, que fazia a apologia do método e da razão, que via nos rinocerontes uma “maquinação infame”, acaba por torna-se um deles.
Bérenger sente-se cada vez mais só. Daisy, seu amor, é uma grande alienada. Nada a preocupa, nada a impressiona, nem a possibilidade de pegar a rinocerontite. Desfila frases feitas, cuida de Bérenger como se fosse uma criança, e lhe parece muito estranho que seu namorado tenha uma posição tão frontalmente antagônica aos rinocerontes. No fim acaba aderindo como todos os outros.
Resta esse herói surpreendente: Bérenger. Desleixado, negligente, tímido, humilde, generoso. É o homem comum. Ele assume o risco de enfrentar o mal apear de suas armas serem frágeis. Pesa-lhe um vago sentimento de culpa por não saber se está certo ou errado, pois não tem argumentos de ordem intelectual que possam justificar sua insólita posição. Mas na sua determinação medrosa ele é capaz de resistir sozinho: “Eu me defenderei contra todo o mundo... Eu sou o último homem... Não me rendo”.
[Foi assim que o nazismo de Hitler entrou na Alemanha, e é assim que o comunismo dos esquerdopatas está se instalando no Brasil: pela rinocerontite.]
Esta obra é uma crítica a todo o pensamento totalitário - igual a esse que os dois últimos governos implantaram no Brasil - que possa esmagar todos os outros, e que gere um sistema onde não haja mais lugar para qualquer tipo de oposição.
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