Título
original: Le terrorisme intellectuel
Autor: Jean Sévillia
Tradução: Regina Bracco
Editora: Peixoto Neto
Assunto: Sociologia
Edição: 1ª
Ano: 2010
Páginas: 250
Sinopse: Este livro trata do
discurso de autovitimização assumido desde o início por intelectuais com a
idéia de que toda a sociedade pode ser remodelada pela ação política, de que
todo o passado e o presente devam ser julgados com base em um futuro
hipotético. A ação desse grupo ao longo das últimas décadas, seus métodos e o
seu domínio quase absoluto da cena intelectual francesa é o que Jean Sévillia
denomina 'terrorismo intelectual'.
A
França, dizem, é o país da liberdade. No campo das idéias, resta demonstrar. Tudo
se passa como se um pequeno grupo privilegiado fosse o guardião das chaves da
verdade. E os que contestam esse monopólio são vítimas de uma censura
insidiosa, que os reduz ao silêncio. Na cena política, cultural e dos meios de
comunicação, esse terrorismo intelectual é exercido há mais de cinqüenta anos.
Em
1950, as elites exaltavam o paraíso soviético e louvavam os feitos de Stálin.
Em 1960, asseguravam que a descolonização garantiria o bem-estar dos povos de
além-mar. Em 1965, aderiram às ações de Fidel Castro, Ho Chi Minh ou Mao. Em
maio de 1968, sonhavam com o indivíduo liberto dos grilhões das restrições
sociais. Em 1975, saudavam a vitória dos comunistas na Indochina, Em 1981,
acreditavam que estavam saindo das trevas para finalmente ver a luz. Em 1985,
proclamavam que cabia à França acolher os deserdados do mundo inteiro. Nos anos
de 1990, a ideologia esquerdista e o ultraliberalismo se uniam para afirmar que
nações, famílias e religiões eram instituições que pertenciam ao passado.
Ao
longo de mais de cinqüenta anos, todos os que resistiram a essas posições foram
vítimas do terrorismo intelectual. Mesmo que a razão estivesse do seu lado,
eram tratados como reacionários, fascistas, capitalistas, imperialistas,
colonialistas, racistas, xenófobos, obscurantistas ou moralistas.
Durante toda a segunda metade do século
XX e início deste século, nenhuma intelectualidade exerceu tanta influência
quanto a francesa. Aragon, Sartre, Beauvoir, Foucault, Althusser, Deleuze,
Derrida, Barthes, Lacan e inúmeros outros influenciaram as redações de todos os
jornais, moldaram os atuais currículos das ciências humanas em todas as
universidades do mundo, deram o tom nas discussões e militância políticas e
deixaram milhares de admiradores e seguidores. Em suma, influenciaram
definitivamente o modo como as classes letradas de todo o mundo enxergam a
realidade. Nessas seis décadas, nenhum outro grupo pareceu tão insatisfeito com
a sua própria cultura, com as tradições de seu país ou do Ocidente ou com o
modo de vida, organização política e econômica ocidentais. Nenhum outro grupo
deplorou tanto as mazelas do passado e do presente e lutou tanto por uma
revolução que criasse um mundo melhor, mais livre e justo. E, pode parecer
estranho, nenhum outro grupo apoiou tão apaixonadamente os maiores déspotas e
regimes totalitários surgidos após a Segunda Guerra, tal qual já o fizera
grande parte da intelectualidade alemã em relação a Hitler e seu partido
nacional-socialista. Stalin, Mao Tsé-tung, Ho Chi Minh, Pol Pot, Fidel Castro e
seus respectivos regimes foram todos saudados como redentores e instauradores
de uma nova ordem de justiça e liberdade. Quem quer que se opusesse às opiniões
dessa intelectualidade era imediatamente rotulado de reacionário, imperialista,
capitalista ou obscurantista e reduzido ao silêncio. Hoje, o discurso de
autovitimização assumido desde o início por esses intelectuais, a idéia de que
toda a sociedade pode ser remodelada pela ação política, de que todo o passado
e o presente devam ser julgados com base em um futuro hipotético, é a forma de
pensar dominante no mundo moderno.
EXCERTOS DA OBRA:
"O objetivo da educação comunista é a eliminação de qualquer traço de individualidade. O culto rendido aos chefes [veja o caso Lula na questão Lava-Jato] demonstra como seus partidários abdicaram de toda reflexão crítica".
"Um militante não pensa por si mesmo, o Partido é que se expressa por meio dele".
"Para dar consistência ao sempre presente perigo fascista, é preciso inventar fascistas. Portanto, aquele que atravessa o caminho do comunismo é um fascista presumido ou declarado".
"Fascismo" não corresponde mais a um conteúdo objetivo. Não só é um insulto, mas também uma arma para desqualificar o adversário".
Sobre o autor: Jean Sévillia (1952-) é redator-chefe adjunto de Le Figaro Magazine. Já publicou vários livros: as biografias Le chouan du Tyrol, Andreas Hofer contre Napoleón (1991) e Zita, impératrice courage (1997); Historiquement correct. Pour en finir avec le passé unique (2003) ; Quand les catholiques étaient hors-la-loi (2005); Moralement correct (2007 e diversos outros livros em co-autoria.
EXCERTOS DA OBRA:
"O objetivo da educação comunista é a eliminação de qualquer traço de individualidade. O culto rendido aos chefes [veja o caso Lula na questão Lava-Jato] demonstra como seus partidários abdicaram de toda reflexão crítica".
"Um militante não pensa por si mesmo, o Partido é que se expressa por meio dele".
"Para dar consistência ao sempre presente perigo fascista, é preciso inventar fascistas. Portanto, aquele que atravessa o caminho do comunismo é um fascista presumido ou declarado".
"Fascismo" não corresponde mais a um conteúdo objetivo. Não só é um insulto, mas também uma arma para desqualificar o adversário".
Sobre o autor: Jean Sévillia (1952-) é redator-chefe adjunto de Le Figaro Magazine. Já publicou vários livros: as biografias Le chouan du Tyrol, Andreas Hofer contre Napoleón (1991) e Zita, impératrice courage (1997); Historiquement correct. Pour en finir avec le passé unique (2003) ; Quand les catholiques étaient hors-la-loi (2005); Moralement correct (2007 e diversos outros livros em co-autoria.
5 comentários:
Parabéns e obrigado por compartilhar sua objetiva opinião.
Abraço
Muito obrigada por existir esse blog, estou aprendendo muito!Parabéns pelo seu trabalho!Graças a Deus!
Obrigado Bruna. Fico feliz em saber que pude contribuir de alguma forma. Volte outras vezes.
Anatolli, estou ficando viciada em ler seus comentários sobre livro, antes mesmo de lê-los. Muito obrigada.
Cara Regina: Primeiramente, obrigado, de coração, pela visita a este modesto blog. Seu comentário fez com que eu renovasse a crença de estar fazendo algo útil ao compartilhando conhecimento com outras pessoas. Você é uma delas! Espero vê-la por aqui muitas outras vezes. Receba o meu abraço cordial.
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