Título original: Political
Ponerology (A Science on the Nature of Evil Adjusted for Political Purposes)
Autor: Andrew Lobaczewski (1921-2007)
Tradução: Adelice Godoy
Editora: Vide Editorial
Assunto: Psicopatia (Ideologias Políticas)
Edição: 1ª
Ano: 2014
Páginas: 298
Sinopse: Neste
livro o Dr. Andrzej [Andrew] M. Lobaczewski, brilhante psicólogo polonês, examina
a natureza do mal – tradicionalmente
considerado como assunto teológico[1]
– à luz de conhecimento médico-científico moderno sobre doenças e psicopatias.
O Dr. Lobaczewski
verificou que 6% da população dos países analisados era constituída por vários
tipos de personalidades desviantes. Uma percentagem menor destes “tipos humanos”
era composta de psicopatas genéticos,
ou seja, de pessoas que nascem sem consciência, sem dilema moral, verdadeiras máquinas
biológicas incapazes de qualquer empatia. Os psicopatas, embora menos numerosos
que as pessoas com desordens psicológicas, produzem e propagam o mal em grande
escala, superando o mal produzido pelo universo de pessoas com personalidades
desviantes.
[1] Ponerologia [do grego Poneros = mal] n. divisão da teologia
que lida com o mal.
Esta
fantástica obra veio a lume em 1984, e somente 30 anos após chega ao Brasil
graças ao esforço e denodo da equipe da Vide Editorial. Não fosse a iniciativa
desses verdadeiros heróis culturais, muitos deles meus amigos, estaríamos ainda
na mais completa escuridão sobre este importantíssimo assunto para toda a humanidade
(Anatoli Oliynik).
[1] Ponerologia [do grego Poneros = mal] n. divisão da teologia
que lida com o mal.
Apresentação da edição brasileira: Tragédias, Genocídios, Massacres. O
homem, em sua breve história, tem sido capaz das mais terríveis atrocidades,
deixando em sua história um rastro indelével de maldade e sofrimento. Mas de
onde vem esse comportamento? O que permite a vazão do mal por dentro dos grupos
humanos e das sociedades a ponto de fomentar as mais nefastas manifestações de
maldade, que o homem comum tem sequer a capacidade de compreender?
Os cientistas sociais têm tentado responder
a essas perguntas enquanto observam perplexos as manifestações do mal sobre a
Terra. Diante de seus olhos, especialmente nos últimos cem anos, regimes cada
vez mais assassinos têm se descortinado, numa sequência nefasta de psicopatas
detentores de muito poder: Stálin, Mao, Hitler, Pol Pot, Ho Chi Minh, Fidel
Castro. Homens que mataram mais do que as pragas, doenças, guerras e
cataclismos do passado.
Existe algo que possamos fazer para
nos prevenir destas pessoas, que muitas vezes nem conseguimos catalogar como
humanas, de tão cruéis e sanguinárias que são? As sociedades modernas podem se
utilizar da história recente para evitar a repetição das tragédias que
assolaram o século XX? Que conhecimento é esse e em que ramos da ciência ele se
encontra?
A resposta é muito simples: precisamos estudar a Ponerologia.
Excerto do prefácio: “Não é preciso nenhum estudo especial para saber que, invariavelmente, o discurso comunista, pró-comunista ou esquerdista é cem po cento baseado na exploração da compaixão e da culpa. Isso é da experiência comum.”
"Mas o que o dr. Lobaczewski e seus
colaboradores descobriram foi muito além desse ponto. Eles descobriram, em
primeiro lugar, que só uma classe de psicopatas tem a agressividade mental
suficiente para se impor a toda uma sociedade por esses meios. Segundo:
descobriram que, quando os psicopatas dominam, a insensitividade moral se
espalha por toda a sociedade, roendo o tecido das relações humanas e fazendo da
vida um inferno. Terceiro: descobriram que isso acontece não porque a
psicopatia seja contagiosa, mas porque aquelas mentes menos ativas que, meio às
tontas, vão se adaptando às novas regras e valores, se tornam presas de uma
sintomatologia claramente histérica, ou histeriforme. O histérico não diz o que
sente, mas passa a sentir aquilo que disse – e, na medida em que aquilo que
disse é a cópia de fórmulas prontas espalhadas na atmosfera como gases onipresentes,
qualquer empenho de chamá-lo de volta às suas percepções reais abala de tal
modo a sua segurança psicológica emprestada, que acaba sendo recebido como uma
ameaça, uma agressão, um insulto.” (Olavo de Carvalho).
Excertos da obra: "Esta civilização foi insuficientemente resistente ao mal, o qual se origina além das áreas da consciência humana facilmente acessíveis e que tira vantagem da enorme lacuna entre o pensamento formal ou legal e a realidade psicológica. Em uma civilização deficiente no conhecimento psicológico, indivíduos hiperativos direcionados pelas suas dúvidas internas, que são causadas por uma sensação de ser diferente, encontram facilmente um eco pronto nas consciências pouco desenvolvidas de outras pessoas. Tais indivíduos sonham em impor seu poder e seus diferentes modos de experimentar sobre seus ambientes e sua sociedade. Infelizmente, em uma sociedade ignorante psicologicamente, seus sonhos têm uma boa chance de se tornar realidade para eles e um pesadelo para os outros."
"Para entender o funcionamento de um organismo, a medicina começa com a citologia, que estuda as diversas estruturas e funções das células. Se queremos entender as leis que governam a vida social, nós devemos, de forma similar, primeiro entender o ser humano individual, sua natureza fisiológica e psicológica, e aceitar totalmente a qualidade e a perspectiva das diferenças (particularmente as psicológicas) entre os indivíduos que constituem os dois sexos, as diferentes famílias, associações e grupos sociais, bem com a estrutura complexa da sociedade mesma."
"A interpretação tradicional das
grandes doenças históricas já ensinou aos historiadores a distinguir duas
fases. A primeira é representada por um período de crise espiritual na
sociedade, associada ao esgotamento dos valores morais, religiosos e ideativos,
que até então alimentavam a sociedade. O egoísmo aumenta entre os indivíduos e
os grupos sociais, e as ligações entre a obrigação moral e as conexões sociais
parecem se afrouxar. Assuntos sem importância, em seguida, dominam as mentes
humanas em tal extensão que não há espaço sobrando para pensar sobre assuntos
públicos ou para um sentimento de comprometimento com o futuro. Uma atrofia da
hierarquia de valores no pensamento dos indivíduos e das sociedades é também
uma indicação disso (...). O governo do país é finalmente paralisado, impotente
frente aos problemas que poderiam ser resolvidos sem grande dificuldade sob
outras circunstâncias."
Sobre o autor: Dr. Andrew [Andrzej] M. Lobaczewski nasceu na Polônia, em 1921, e estudou psicologia na Universidade Jagiellonian em Cracóvia. Trabalhando em hospitais gerais e psiquiátricos, o autor desenvolveu suas habilidades em diagnóstico clínico e em psicoterapia. Sistematizou toda a pesquisa de um grupo de cientistas do Leste Europeu - do qual fez parte - que dedicava-se ao estudo de desordens de personalidade em líderes políticos de regimes totalitários. Todos os seus pares foram presos ou exterminados, restando a ele recuperar e apresentar ao mundo as conclusões alcançadas nessa corajosa investigação.
Em 1977, quando as autoridades suspeitaram
que ele tinha muito conhecimento sobre a natureza patológica do sistema, ele
foi forçado a emigrar. A presente obra foi escrita em Nova Iorque, em 1984, mas
todas as tentativas de publicação, naquela ocasião, não foram bem sucedidas. O
autor retornou à Polônia em 1990 e faleceu em novembro de 2007, aos 86 anos de
idade.
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