Autor: Lyle H. Rossiter Jr.
Assunto: Ensaio político / Psicologia
Edição: 1ª
Ano: 2011
Páginas: 419
ESQUERDISMO
É UMA DOENÇA MENTAL
Liberal Mind traz o primeiro exame
profundo da loucura política mais relevante em nosso tempo: os esforços da
esquerda radical para regular as pessoas desde o berço até o túmulo. Para
salvar-nos de nossas vidas turbulentas, a agenda esquerdista recomenda a
negação da responsabilidade pessoal, incentiva a auto-piedade e comiseração do
outro, promove a dependência do governo, assim como a indulgência sexual,
racionaliza a violência, pede desculpas pela obrigação financeira, justifica o
roubo, ignora a grosseria, prescreve reclamação e imputação de culpa, denigre o
matrimônio e a família, legaliza todos os abortos, desafia a tradição social e religiosa,
declara a injustiça da desigualdade, e se rebela contra os deveres da
cidadania. Através de direitos múltiplos para bens, serviços e status social
não adquiridos, o político de esquerda promete garantir o bem-estar material de
todos, fornecendo saúde para todos, protegendo a auto-estima de todos,
corrigindo todas as desvantagens sociais e políticas, educando cada cidadão,
assim como eliminando todas as distinções de classe. O esquerdismo radical,
assim, ataca os fundamentos da liberdade civilizada. Dadas as suas metas
irracionais, métodos coercitivos e fracassos históricos, juntamente aos seus
efeitos perversos sobre o desenvolvimento do caráter, não pode haver dúvida da
loucura contida na agenda radical. Só uma agenda irracional defenderia uma destruição
sistemática dos fundamentos que garantem a liberdade organizada. Apenas um homem irracional iria
desejar o Estado decidindo sua vida por ele, ao invés e criar condições de
segurança para ele poder executar sua própria vida. Só uma agenda
irracional tentaria deliberadamente prejudicar o crescimento do cidadão em
direção à competência, através da adoção dele pelo Estado. Apenas o pensamento
irracional trocaria a liberdade individual pela coerção do governo,
sacrificando o orgulho da auto-suficiência para a dependência do bem-estar. Só
um louco iria visualizar uma comunidade de pessoas livres cooperando e ver nela
uma sociedade de vítimas exploradas pelos vilões.
O que temos aqui, na obra de Rossiter, é o tratamento do
esquerdismo de forma clínica, por um psiquiatra forense. (Um pouco mais no site do autor do livro, e um pouco mais sobre sua prática profissional)
O modelo de mente esquerdista
O livro é bastante analítico, e, por
vezes, até chato de se ler. Quem está acostumado a livros de fácil leitura de
autores conservadores de direita, como Glenn Beck e Ann Coulter, pode até se
incomodar. Outro livro que fala do mesmo tema é Liberalism Is a Mental
Disorder: Savage Solution, de Michael Savage. Mas o livro de Savage é
também uma leitura informal, embora séria. O livro de Rossiter é acadêmico, de leitura até difícil,
sem muitas concessões comerciais, e de um rigor analítico simplesmente
impressionante. Se não é sua leitura típica para curar insônia, ao menos
o conteúdo poderoso compensa o tratamento seco e acadêmico dado ao tema.
Segundo Rossiter, a mente esquerdista
tem um padrão, que se reflete tanto em um padrão comportamental, quanto um
padrão de crenças e alegações. Portanto, é possível “modelar” a mente do
esquerdista a partir de uma série de padrões. A partir daí, Rossiter investiga
uma larga base de conhecimento de desordens de personalidade, e usa-as para
modelar os padrões de comportamento dos esquerdistas. Segundo Rossiter, basta
observar o comportamento de um esquerdista, mapear suas crenças e ações, e
compará-los com os dados científicos a respeito de algumas patologias da mente.
A mente esquerdista pode ser classificada como um distúrbio de personalidade
por que as crenças e ações resultantes deste tipo de mentalidade se encaixam
com exatidão no modelo psiquiátrico do distúrbio de personalidade. As análises
de Rossiter são feitas tanto nos contextos individuais (a crença do cidadão esquerdista
em relação ao mundo), como nos contextos corporativos (ação de grupo, endosso a
políticos profissionais, etc.).
Rossiter nos lembra que a
personalidade é socializada pelos pais e pela família, como uma parte do
desenvolvimento infantil. Mesmo com a influência do ambiente escolar, são os
pais que preparam a criança para o futuro. A partir disso, ele avalia o que é
um desenvolvimento sadio, para desenvolver uma personalidade apta a viver em um
mundo orientado a valorização da competência, dentro do qual essa personalidade
deverá reagir. Uma personalidade sadia reagiria bem a esse mundo já sem a
presença dos pais, enquanto uma personalidade com distúrbio não conseguiria o
mesmo sucesso. Em cima disso, Rossiter avalia a personalidade desenvolvida com os
itens da agenda esquerdista, demonstrando que muitos itens dessa agenda estão
em oposição ao desenvolvimento sadio da personalidade.
Para o seu trabalho, Rossiter classifica os
esquerdistas em dois tipos: benignos e radicais.
Os radicais são aqueles cujas ações (agenda) causam dano a outros indivíduos.
De qualquer forma, os
esquerdistas benignos (seriam os moderados) dão sustentação aos esquerdistas radicais.
Rossiter define o homem como uma
fonte autônoma de ação, ao mesmo tempo em que está envolvido em relações, como
as econômicas, sociais e políticas. Isto é definido por Rossiter como a
Natureza Bipolar do Homem, pois mesmo que ele seja capaz de ação independente,
também é restrito pelo contexto social, na cooperação com os outros. A partir
dessa constatação, tudo o mais flui. Para permitir que o homem seja capaz de
operar com sucesso em seu ambiente natural, deve existir um desenvolvimento
adequado da personalidade. Este desenvolvimento da personalidade surge a partir
dos outros, idealmente a mãe e a família.
Outro ponto central: toda a análise
de Rossiter é feita no contexto de uma sociedade livre, não de uma sociedade
totalitária. Portanto, ele avalia o quão alguém é sadio em termos de
personalidade para viver em uma sociedade democrática, e não em uma sociedade
formalmente totalitária, como Coréia do Norte, Cuba ou China, por exemplo.
Competência em uma
sociedade livre
Fica claro que não devemos esperar de
Rossiter avaliação sobre um modelo de personalidade para toda e qualquer
sociedade, pois ele é bem claro em seu intuito: desenvolver e estudar
personalidades competentes para a vida em uma sociedade livre. A manutenção de
tal sociedade requer regras para existir, que devem ser codificadas em leis,
hipóteses, assim como regras do senso comum.
Nesse contexto, as habilidades a
seguir são aquelas de um adulto competente em uma sociedade com liberdade
organizada:
·
Iniciativa – Fazer as coisas acontecerem.
·
Atuação – Agir com propósito.
·
Autonomia – Agir independentemente.
·
Soberania-
Viver independentemente, através da tomada de decisão competente.
Rossiter define os direitos naturais
do homem, para uma pessoa adulta vivendo em uma sociedade de liberdade
organizada. Estes compreendem o exercício, conforme qualquer um escolher, das
habilidades selecionadas acima, todas elas sujeitas às restrições necessárias
para uma sociedade com paz e ordem. Assim, direitos naturais resultam da
combinação de natureza humana e liberdade humana. Natureza humana significa
viver como alguém quiser, sujeito as restrições necessárias para paz e ordem.
Considerando estes atributos humanos,
Rossiter define como uma ordem social adequada, aquela que possui os seguintes
aspectos:
1. Honra a soberania do
indivíduo
2. Respeita a liberdade do
indivíduo.
3. Respeita a posse de
propriedade e integridade dos contratos.
4. Respeita o princípio da
igualdade sob a lei.
5. Requer limites
constitucionais, para evitar que o governo viole os direitos naturais.
Os aspectos acima são avaliados na
perspectiva do indivíduo, não de grupos ou classes, em um processo relacionado
à individuação, conceito originado em Jung. Neste processo, o ser humano evolui
de um estado infantil de identificação para um estado de maior diferenciação, o
que implicará necessariamente em uma ampliação da consciência. A partir daí,
surge cada vez mais o conhecimento de si-mesmo, em detrimento das influências
externas. Eventuais resistências à individuação são causas de sofrimento e
distúrbios psíquicos.
Segundo Rossiter, o indivíduo adulto
que passou adequadamente pelo processo de individuação assume de forma coerente
seu direito a vida, liberdade e busca da felicidade. Mesmo assim, isso não
significa que ele pode fazer o que quiser, pois deve respeitar o individualismo
dos outros e interagir com eles através da cooperação voluntária. Assim, o
individualismo deve ser associado com mutualidade, para o desenvolvimento de um
adulto competente para viver em uma sociedade de liberdade organizada.
Rossiter estuda com afinco as
características de desenvolvimento do indivíduo, de acordo com regras pelas
quais ele pode viver em uma sociedade de liberdade organizada, e lista sete
direitos individuais do cidadão comum, dentro dos quais ele pode exercitar sua
autonomia, livre da interferência do governo:
1. Direito de
auto-propriedade (autonomia)
2. Direito de primeira
posse (para controlar propriedade que não tenha sido de posse de ninguém antes)
3. Direito de posse e
troca (manter, trocar ou comercializar)
4. Direito de auto-defesa
(proteção de si próprio e da proriedade)
5. Direito de compensação
justa pela retirada (a partir do governo)
6. Direito a acesso
limitado (a propriedade dos outros em emergências)
7. Direito a restituição
(por danos a si próprio ou propriedade)
Estes são normalmente chamados de
direitos naturais, direitos de liberdade ou direitos negativos. O governo deve
ser estruturado para proteger estes direitos, e precisa ser estruturado de
forma que não infrinja-os. A obrigação do governo em uma sociedade de liberdade
organizada envolve implementar e sustentar estas regras para proteger o cidadão
de infrações cometidas tanto por outros como pelo próprio governo.
Eis que surge o problema da mente
esquerdista, que quer atacar basicamente todos os pilares acima. Em cima disso,
Rossiter levanta as crenças da mente esquerdista, que, juntas, dão um
fundamento do modelo da mente deles:
1. Modelos sociais ideais
tradicionais estão ultrapassados e não se aplicam mais.
2. A direção do governo é
melhor do que ter os cidadãos tomando conta de si próprios.
3. A melhor fundação
política de uma sociedade organizada ocorre através de um governo centralizado.
4. O objetivo principal da
política é alcançar uma sociedade ideal na visão coletiva.
5. A significância
política do indivíduo é medida a partir de sua adequação à coletividade.
6. Altruísmo é uma virtude
do estado, embutida nos programas do estado.
7. A soberania dos
indivíduos é diminuída em favor do estado.
8. Direitos a vida, liberdade
e propriedade são submetidos aos direitos coletivos determinados pelo estado.
9. Cidadãos são como
crianças de um governo parental.
10. A relação do indivíduo
em relação ao governo deve lembrar aquela que a criança possui com os pais.
11. As instituições sociais tradicionais de
matrimônio e família não são muito importantes.
12. O governo inchado é necessário para garantir
justiça social.
13. Conceitos tradicionais de justiça são
inválidos.
14. O conceito coletivista
de justiça social requer distribuição de riqueza.
15. Frutos de trabalho
individual pertencem à população como um todo.
16. O indivíduo deve ter
direito a apenas uma parte do resultado de seu trabalho, e esta porção deve ser
especificada pelo governo.
17. O estado deve julgar
quais grupos merecem benefícios a partir do governo.
18. A atividade econômica
deve ser cuidadosamente controlada pelo governo.
19. As prescrições do
governo surgem a partir de intelectuais da esquerda, não da história.
20. Os elaboradores de
políticas da esquerda são intelectualmente superiores aos conservadores.
21. A boa vida é um direito
dado pelo estado, independentemente do esforço do cidadão.
22. Tradições estabelecidas
de decência e cortesia são indevidamente restritivas.
23. Códigos morais, éticos
e legais tradicionais são construções políticas.
24. Ações destrutivas do
indivíduo são causadas por influências culturais negativas.
25. O julgamento das ações
não deve ser baseado em padrões éticos ou morais.
26. O mesmo vale para
julgar o que ocorre entre nações, grupos éticos e grupos religiosos.
Como tudo na vida, o aceite de
crenças tem conseqüências. No caso do aceite das crenças esquerdistas, conseqüências
incluem:
1. Dependência do governo,
ao invés de auto-confiança.
2. Direção a partir do
governo, ao invés da auto-determinação.
3. Indulgência e
relativismo moral, ao invés de retidão moral.
4. Coletivismo contra o
individualismo cooperativo.
5. Trabalho escravo contra
o altruísmo genuíno.
6. Deslocamento do
indivíduo como a principal unidade social econômica, social e política.
7. A santidade do
casamento e coesão da família prejudicada.
8. A harmonia entre a
família e a comunidade prejudicada.
9. Obrigações de
promessas, contratos e direitos de propriedade enfraquecidos.
10. Falta de conexão entre
premiações por mérito e justificativa para estas premiações.
11. Corrupção da base moral
e ética para a vida civilizada.
12. População polarizada em
guerras de classes através de falsas alegações de vitimização e demandas
artificiais de resgate político.
13. A criação de um estado parental e
administrativo idealizado, dotado de vastos poderes regulatórios.
14. Liberdade individual e coordenação pacífica da
ação humana severamente comprometida.
Aliás, eu acho que Rossiter esqueceu
de conseqüências adicionais como:
(15) Aumento do crime, devido a
tolerância ao crime, e
(16) Incapacidade de uma base lógica
para que a sociedade sequer tenha condição de julgar o status em que se
encontra.
Por que a mente esquerdista é uma
patologia?
Para Rossiter, a melhor forma de
avaliar a mente do esquerdista é a através dos valores que ele tem, e os que
ele rejeita. Mais:
Como todos os outros seres humanos, o
esquerdista moderno revela seu verdadeiro caráter, incluindo sua loucura, nos
valores que possui e que descarta. De especial interesse, no entanto, são os
muitos valores sobre os quais a mente esquerdista não é apaixonada: sua agenda
não insiste em que o individuo é a principal unidade econômica, social e
política, ele não idealiza a liberdade individual em uma estrutura de lei e
ordem, não defende os direitos básicos de propriedade e contrato, não aspira a
ideais de autonomia e reciprocidade autênticas. Ele não defende a retidão moral
ou sequer compreende o papel crítico da moralidade no relacionamento humano. A
agenda esquerdista não compreende uma identidade de competência, nem aprecia
sua importância, e muito menos avalia as condições e instituições sociais que
permitam seu desenvolvimento ou que promovam sua realização. A agenda
esquerdista não compreende nem reconhece a soberania, portanto não se importa
em impor limites estritos de coerção pelo estado. Ele não celebra o altruísmo
genuíno da caridade privada. Ele não aprende as lições da história sobre os
males do coletivismo.
Rossiter diz que as crianças não
nascem com este “programa”, que é adquirido especialmente durante o aprendizado
escolar. Em resumo: um adulto, competente para operar em uma sociedade de
liberdade organizada, na maior parte das vezes adquire estes valores dos pais e
da família, mas um esquerdista radical não.
Basicamente, o esquerdismo pode ser
caracterizado como uma neurose, baseada nos traumas do relacionamento com a
família durante o desenvolvimento da personalidade. Sendo uma neurose de
transferência, ela compreende as projeções inconscientes das psicodinâmicas da
infância nas arenas políticas da vida adulta. É o resultado de uma falha no
treino da criança nos elementos psicodinâmicos básicos de um adulto, competente
para viver em uma sociedade de liberdade organizada. (Obviamente, um
esquerdista jamais irá reconhecer as “fendas” em seu desenvolvimento de criança
até um adulto)
Rossiter nos diz mais:
Sua neurose é evidente em seus ideais
e fantasias, em sua auto-justiça, arrogância e grandiosidade, na sua
auto-piedade, em suas exigências de indulgência e isenção de prestação de
contas, em suas reivindicações de direitos, em que ele dá e retém, e em seus
protestos de que nada feito voluntariamente é suficiente para satisfazê-lo.
Mais notadamente, nas demandas do esquerdista radical, em seus protestos
furiosos contra a liberdade econômica, em seu arrogante desprezo pela
moralidade, em seu desafio repleto de ódio contra a civilidade, em seus ataques
amargos à liberdade de associação, em seu ataque agressivo à liberdade
individual. E, em última análise, a irracionalidade do esquerdista radical é
mais aparente na defesa do uso cruel da força para controlar a vida dos outros.
Agora fica mais fácil entender por
que os esquerdistas são tão frustrados e raivosinhos em suas interações, não?
Os cinco déficits
principais do esquerdista
Um esquerdista apresenta, segundo
Rossiter, cinco principais déficits, cada um mais evidente nas diversas fases
do desenvolvimento, desde os primeiros meses após o nascimento, até a entrada
da fase adulta.
Confiança básica: O primeiro
déficit relaciona-se a confiança básica. Isto é, a falta de confiança nos
relacionamentos entre pessoas por consentimento mútuo. Por isso, o esquerdista
age como se as pessoas não conseguissem criar boas vidas por si próprios
através da cooperação voluntária e iniciativa individual. Por isso, colocam
toda essa coordenação nas mãos do estado, que funciona como um substituto para
os pais. Se a criança não consegue conviver com os irmãos, precisa de pais como
árbitros. Este déficit inicia-se no primeiro ano de vida. As interações
positivas de uma criança com a mãe o introduzem a um mundo de relacionamento
seguro, agradável, mutuamente satisfatório e a partir do “consentimento” entre
ambas as partes. Mas caso exista um relacionamento anormal e abusivo na
infância, algo de errado ocorre, e essa aquisição de confiança básica é
profundamente comprometida. Lembremos que a ingenuidade é problemática, mas o
esquerdista é ingênuo perante o governo, que tem mais poder de coerção,
enquanto suspeita dos relacionamentos humanos não abitrados pelo governo.
Autonomia: Após os primeiros 15 meses,
uma criança começa a incorporar os fundamentos de autonomia, auto-realização,
assim como fundamentos de mutualidade, ou auto-realização (assim como
realização dos outros). A partir dessa fase, a criança começa a agir por si
própria para ter suas necessidades satisfeitas, de acordo com aqueles que
cuidam dela. Junto com a ideia de autonomia, surgem ideias como auto-confiança,
auto-direção e auto-regulação. A criança “mimada”, que cresce dependente do
excesso de indulgência dos pais é privada das virtudes de auto-confiança e
auto-controle e de atitudes necessárias para cooperação com os outros.
Iniciativa: No desenvolvimento normal,
esta é a capacidade de se iniciar bons trabalhos para bons propósitos, sendo
desenvolvida nos primeiros quatro ou cinco anos da vida de uma criança. No caso
da falta de iniciativa, há falta de auto-direção, vontade e propósito,
geralmente buscando relacionamentos com os outros de forma infantil, sempre
pedindo por condescendência, ao invés de lutar para ser respeitado. Pessoas
com esta personalidade normalmente assumem um papel infantil em relação ao governo,
votando para aqueles que prometem segurança material através da obrigação
coletiva, ao invés de votar naqueles comprometidos com a proteção da liberdade
individual. A inibição da iniciativa pode ocorrer por culpa excessiva adquirida
na infância, surgindo, por instância, do complexo de Édipo.
Diligência: Assim como a iniciativa é a
habilidade de iniciar atos com boas metas, diligência é a habilidade para
completá-los. A criança, no seu desenvolvimento escolar, se torna apta a
completar suas ações de forma cada vez mais competente. Na fase da diligência,
a criança aprende a fazer e realizar coisas e se relacionar de formas mais
complexas com pessoas fora de seu núcleo familiar. A meta desta fase é o
desenvolvimento da competência adulta. É a era da aquisição da competência
econômica e da socialização. Nessa fase, se aprende a convivência de acordo com
códigos aceitos de conduta, de acordo com as possibilidades culturais de seu
tempo, de forma a canalizar seus interesses na direção da cooperação mútua. Quando
as coisas não vão muito bem, surgem desordens comportamentais, uso de drogas,
ou delinqüência, assim como o surgimento de ações que sabotam a cooperação. A
tendência é a geração de um senso de inferioridade, assim como déficits nas
habilidades sociais, de aprendizado e identificações construtivas, que deveriam
ser a porta de entrada para a aquisição da competência adulta. Atitudes que
surgem destas emoções patológicas podem promover uma dependência passiva
comportamental como uma defesa contra o medo diante das relações humanas,
vergonha, ou ódio.
Identidade: O senso de identidade do
adolescente é alterado assim que ele explora várias personas, múltiplas e às
vezes contraditórias, na construção de seu self. Ele deve se confrontar com
novos desafios em relação ao balanço já estabelecido entre confiança e
desconfiança, autonomia e vergonha, iniciativa e culpa, diligência e
inferioridade. Esta fase testa a estabilidade emocional que foi desenvolvida
pela criança, assim como sua racionalidade, sendo de adequação e
aceitabilidade, superação de obstáculos, e o aprofundamento das habilidades
relacionais. O desenvolvimento desta identidade adulta envolve o risco
percebido de acreditar nas instituições sociais. O adulto quer uma visão do
mundo na qual possa acreditar. Isto é especialmente importante se ele sofreu
formas de abuso anteriormente. Sua consciência ampliada de quem ele é facilita
uma integração entre suas identidades do passado e do presente com sua
identidade do futuro. Nesta fase do desenvolvimento o jovem pode ser vítima das
ofertas ilusórias do esquerdismo. É a fase “final” da escolha.
Uma cura para o
esquerdismo?
Com uma identidade mantida por uma
série de neuroses, o esquerdista não consegue mais assumir responsabilidades
pelos seus atos, e muito menos pelas conseqüências de suas ações. Tende a se
fazer de vítima para conseguir o que quer, e não se furta em mentir para
conseguir seus objetivos. É quando podemos questionar: há uma cura para isso
tudo? Possivelmente, mas a questão é que o esquerdista deve buscar ajuda por si
próprio, mas quanto mais ele estiver recebendo reforço de seus grupos, menos
vontade ele terá para fazê-lo. Ao contrário, mesmo com tantos déficits e
tamanhos delírios, ele sempre julgará estar com a razão.
Diante disso, quem pode fazer algo
pelos esquerdistas são os direitistas, mas isso só pode acontecer pela via da
refutação e do desmascaramento de suas ações. Incapazes de julgarem seus
próprios atos, jamais se deve confiar no auto-julgamento de um esquerdista.
Todas as auto-rotulagens e outro-rotulagens tendem a ser mentirosas, assim como
seus argumentos. A refutação de uma parte externa, não contaminada pela
ideologia esquerdista, é a única alternativa que pode dar um fio de esperança
ao esquerdista.
Entretanto, mesmo que ainda exista
esperança para o esquerdista, os maiores afetados são os não-esquerdistas, que
possuem suas vidas impactadas por suas crenças. Por isso, as nossas ações não
devem ser realizadas primeiramente em prol de salvar os esquerdistas de suas
patologias (envergonhando-o, por suas mentiras, assim como denunciando suas
chantagens emocionais) , mas sim por salvar-nos das conseqüências de suas
neuroses e psicoses.
Nesse intento, entender por que eles
achem assim, como eles se sentem, e o que os tornou assim, passa a ser
essencial. Neste ponto, a obra de Lyle Rossiter é simplesmente um achado.
Escrito por lucianohenrique
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